segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

CUF

Lembram-se da CUF? Sim da CUF- Companhia União Fabril, os mais velhos melhor memória terão, pois aqueles que como eu nasceram nos anos 80, já a conheceram como Quimigal.
Quero presenteá-los com um pouco da história, daquela que foi uma das maiores empresas portuguesas de todos os tempos e que, durante o período áureo da sua actividade, melhores condições de trabalho dava aos seus empregados.

A Companhia União Fabril instalou-se numa vila em frente a Lisboa, aproveitando a proximidade das vias de circulação – Rio Tejo e estação de caminho-de-ferro do Sul, cuja ligação era fundamental para receber a maioria das matérias – primas provenientes das minas de pirite do Alentejo. A CUF instalou-se, então na extremidade da ínsula do Barreiro e através de um rápido processo de aterros conquistou todo esse território sedimentando um dos maiores conjuntos industriais portugueses que laborou cerca de 100 anos. Por volta de 1957, aquando do seu cinquentenário, a CUF dispunha de cerca de 127 instalações, desde estabelecimentos industriais, de transformação, de apoio a todo o universo de construções sociais. De facto, a CUF representa para Portugal um exemplo paradigmático de industrialização, desenvolvendo e construindo uma verdadeira cidade industrial para acolher os milhares de trabalhadores que entretanto iam chegando ao Barreiro, procurando nesta indústria que tinha uns salários acima da média portuguesa uma solução para a crise que se começava a sentir no sector agrícola.

A CUF representa para Portugal uma indústria incontornável na análise do processo de industrialização do país, não só pela sua dimensão, como pelo número de postos de trabalho que criou como também pelo pioneirismo do tipo de fabricação que desenvolveu. Pode considerar-se que a CUF revolucionou a indústria em Portugal, visto ter desenvolvido e ampliado a terceira geração da industrialização – a indústria química – antevendo uma mudança de mentalidades e dos fenómenos económicos – industriais e agrícolas.
Contudo uma pertinente questão se coloca neste momento, como pode esta empresa, sim esta mesma empresa que se chama de novo CUF-SGPS, continuar o seu percurso histórico sem dois dos seus maiores mercados nacionais, a agricultura e a industria?
Se a máxima de Alfredo Silva, fundador da CUF, era "se o país não tem, a CUF cria", esperemos que os horizontes da nova CUF se mantenham e que, possam criar outra vez mais riqueza ao país, nomeadamente, com mais industria e com mais e melhor emprego, como outrora o fizera.

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